Loading Events
This event has passed.

SETA – 2021

SEMINÁRIO DE TESES EM ANDAMENTO

24 de Março de 2021

 Como parte das atividades de formação de pesquisadores, a apresentação de trabalhos científicos em seminários e congressos acadêmicos é uma experiência fundamental. Nestes encontros, jovens e experientes investigadores têm a oportunidade de colaborar ativamente com pesquisas em andamento, o que permite um contínuo e necessário aprimoramento tanto das pesquisas quanto das áreas científico-acadêmicas envolvidas.

O Departamento de Português, então, organiza regularmente o Seminário de Teses em Andamento (SETA – 2021) no qual os nossos estudantes de pós-graduação, em conjunto com os professores, têm a oportunidade de apresentar os seus trabalhos e partilhar sugestões para o seu desenvolvimento.

Todos os mestrandos em fase de elaboração de tese (2º. ano) e todos os doutorandos (especialmente os que têm bolsas da Universidade, da Faculdade ou do Departamento) têm um espaço garantido para apresentar os seus projetos acadêmicos em Mesas Redondas e todos os alunos em fase inicial de estudos (1º. ano) têm a possibilidade de interagir com colegas e professores, através das sessões de debate, com o objetivo de conhecer diferentes áreas de estudos do Departamento.

O SETA – 2021 tem como objetivos:

  • Proporcionar a oportunidade aos alunos de mestrado e doutorado de divulgar os seus trabalhos em desenvolvimento no âmbito dos programas de mestrado e doutorado em linguística, literatura, tradução e estudos históricos e culturais do Departamento de Português.
  • Promover a troca de informações e o debate acadêmico entre alunos e professores, a fim de serem partilhadas sugestões e orientações para o aprimoramento dos projetos acadêmicos que estão sendo desenvolvidos.
  • Divulgar as diferentes linhas de estudo contempladas pelos programas de pós-graduação.
  • Contribuir na preparação dos alunos para a organização e apresentação pública dos seus trabalhos, ao criar espaço para desenvolverem a sua competência linguístico-discursiva em língua portuguesa por meio do gênero acadêmico oral, fundamental para a defesa das suas teses.

 

SETA – 2021

SEMINÁRIO DE TESES EM ANDAMENTO

24 de Março de 2021

PROGRAMA

14:00 – 14:30 Abertura

·       Professora Dora Gago – Diretora do Departamento de Português

·       Professor Roberval Teixeira e Silva – Coordenador do SETA-2021

14:30 – 14:45 O Bildungsroman através das Imagens dos Portugueses e Chineses em Amor e Dedinhos de Pé

(Lanlalit Samanuhat)

14:45 – 15:00 Análise interativa das estratégias de andaime em sala de aula de português em Macau

(Chen Songping – Vicente)

15:00 – 15:15 Interação virtual: construção da identidade de influenciadores na era digital

(Xu Ke – Camélia)

15:15 – 15:45 Presidente:  Maria José Grosso  

Painel de Discussão:  professores + público

15:45 – 16:00 Intervalo
16:00 – 16:15 Traduzir Poesia de Vanguarda de Língua Portuguesa: (In)traduzibilidade e a sua Recepção na China

(Lang Sida – Vera)

16:15 – 16:30 Recepção de José Saramago na China

(Li Xueqing – Sandra)

16:30 – 17:00 Presidente:    Dora Gago

Painel de Discussão:  professores + público

17:00 Encerramento

 

RESUMOS

Comunicação 01

 O Bildungsroman através das Imagens dos Portugueses e Chineses em Amor e Dedinhos de Pé

 Lanlalit Samanuhat

(Universidade de Macau)

Orientador: Professora Dora Gago

Resumo:

O Bildungsroman é um termo literário que se deriva da língua alemã; Bildung (formação) e roman (romance). Este termo refere-se a um género literário que trata do crescimento do protagonista desde a sua juventude até a sua fase adulta, focando no seu desenvolvimento psicológico e moral. A aprendizagem do protagonista progride ao longo da história e assim o protagonista é formado por vários factores: sociedade, cultura, amizade, relações familiares, religião etc. Este estudo aborda a questão da imagologia que funciona como aquilo que constrói o Bildungsroman. Sendo um conceito na área de literatura comparada que estuda os estereótipos nacionais através dos textos literários, a imagologia apresenta a sociedade em que existem factores diferentes que moldam o protagonista. Procuramos neste trabalho a função das imagens estereótipos na criação do Bildungsroman. Neste caso, analisam-se em Amor e Dedinhos de Pé de Henrique de Senna Fernandes, as imagens dos portugueses e dos chineses por serem os grupos étnicos principais em Macau durante o início do século XX (o periódo em que a história se narra). Ademais, estuda-se o desenvolvimento dos dois protagonistas principais; Francisco Frontaria e Victorina Vidal, por meio das imagens dos dois grupos étnicos mencionados. Como as histórias de Francisco e Victorina são retratadas em pararelo, a análise divide-se em cada fase de vida dos ambos. A presente análise não só mostra o valor da literatura que espelha as heranças culturais, mas também destaca a questão da construção do Bildungsroman. A narração do Bildungsroman passa certas percepções de cada cultura. São percepções das culturas que influenciam a aprendizagem da vida dos dois protagonistas. Sendo assim, ao estudar o progresso dos protagonistas, estuda-se também o olhar sobre a cultura portuguesa e a cultura chinesa em relação com a construção dos produtos culturais. Relatando a sociedade onde se encontram os factores psicológicos e morais, a imagologia prova-se um elemento predominante para a criação do Bildungsroman em Amor e Dedinhos de Pé.

Palavras-chave: Bildungsroman; Imagologia Literária; Literatura de Macau; Henrique de Senna Fernandes; Amor e Dedinhos de Pé.

Referências:

Anderson, Benedict (2006). Imagined Communites: Reflections on the Origin and Spread of Nationalism. London: Verso. (1983).

Beller, Manfred & Leerssen, Joep (2007). Imagology The cultural construction and literary representation of national characters : A critical survey. Amsterdam: Rodopi.

Fernandes, Henrique D. S. (2012). Amor e Dedinhos de Pé. Macau: Instituto Cultural de Macau. (1986).

Gago, Dora N. (2008). Imagens do Estrangeiro no Diário de Miguel Torga. Coimbra: Fund-ação Calouste Gulbenkian.

Jeffers, Thomas L. (2005). The Apprenticeships: the Bildungsroman from Goethe to Sataya-na. N.Y.: Palgrave Macmillan.

Laurušaite, Laura (2018). Imagology Profiles: The Dynamic of National Imagery in Literatu-re. Newcastle: Cambridge Scholars Publishing.

Leerssen, Joep (2000). The Rhetoric of National Character: A Programmatic Survey. Poetics today, 21 (2): 267-292.

Leerssen, Joep (2016). Imagology: On using ethnicity to make sense of the world. Iberic@l, Revue d’études ibériques et ibéro-américaines, 10: 13-31.

Machado, Álvaro M. & Pageaux, Daniel-Henri (2001). Da Literatura Comparada à Teoria da Literatura. Lisboa: Presença. (1988).

Puga, Rogério M. (2016). O Bildungsroman (Romance de formação) Perspectivas. V.N. Famalicão: Papelmunde.

 

Comunicação 02

 Análise interativa das estratégias de andaime em sala de aula de português em Macau

Chen Songping – Vicente

(Universidade de Macau)

Orientador: Professor Roberval Teixeira e Silva

Resumo:

A tese trata da interação na sala de aula sob perspectiva de Sociolinguística Interacional (SI). Busca discutir a construção interativa dos andaimes no processo de ensino-aprendizagem em uma sala de aula de português em Macau. A teoria geral – SI – foca a interação verbal e não-verbal entre diferentes participantes em um contexto específico, assim sendo é uma área bem apropriada para realizar o presente estudo. A teoria específica trata do andaime que é um processo interativo interpretado como um suporte dado por um par mais competente a um sujeito ao realizar uma tarefa que, caso contrário, esse mesmo sujeito poderia não ser capaz de realizar. E esse suporte deve ser construído na interação que contem três características comuns do modelo conceptual de andaime aqui, inclusive contingência, fading, e transferência de responsabilidade. Sob esta vista panorâmica, as perguntas específicas do trabalho são: i) quais são os tipos de andaimes presentes numa aula; e ii) como os andaimes funcionam na construção interativa da aula? A metodologia empregada é a microanálise etnográfica através da qual fazemos análise do discurso de uma aula de português em uma universidade de Macau. O estudo busca dar apoio a professores e alunos no sentido de tornar a interação de sala de aula mais eficaz para o ensino de línguas.

Palavras-chave: Sociolinguística interacional; estratégia de andaime; interação em sala de aula

Referências:

Van de Pol, Janneke Volman, Monique Beishuizen, Jos.(2010). Scaffolding in teacher-student interaction: A decade of research. Volume: 22 Issue 3. (pp. 271-296)

Tharp, R. G., & Gallimore, R. (1988). Rousing minds to life: Teaching, learning, and schooling in social context. Cambridge: Cambridge University Press.

Wood, D., Bruner, J. S., & Ross, G. (1976). The role of tutoring in problem-solving. Journal of Child Psychology and Psychiatry and Allied Disciplines, 17, 89–100.Bortoni-Ricardo

Goffman, E. ([1972]2002). A situação negligenciada. In B. T. Ribeiro & P. M. Garcez. (eds). Sociolinguística Interacional (pp. 13-20). São Paulo: Edições Loyola.Gumperz

Teixeira e Silva, R. (2010). A aula de língua não-materna sob uma perspectiva sociointeracional.  In C. Lima-Hernandes. & K. A. Chulata. Língua Portuguesa em foco: ensino-aprendizagem, pesquisa e tradução (pp. 163-175). Lecce: Pensa Multimedia Editores.

Gumperz, J. J. (1982a). Discourse Strategies, Cambridge, Cambridge University Press.

Erickson, F. (1996). Ethnographic Microanalysis. In S. L. Mckay, & N. H. Hornberger, Sociolinguistics and Language Teaching (pp. 283-306). Shanghai: Shanghai Foreign Language Education Press.

 

Comunicação 03 

Interação virtual: construção da identidade de influenciadores na era digital

 Xu Ke – Camélia

(Universidade de Macau)

Orientador: Professor Roberval Teixeira e Silva

Resumo:

O acesso livre à internet abre uma possibilidade de interação virtual de alta frequência. Neste contexto, é notável a relevância social dos influenciadores da plataforma digital YouTube. Este é um fenômeno contemporâneo que ilustra novas formas de interação e de construção de realidades e identidades. O objetivo deste trabalho é analisar a construção discursiva da identidade dos Youtubers na era digital (Bedijs et al, 2014; Leffa, 2005), à luz das teorias da sociolinguística interacional (Riberio e Garcez, 2002; Pereira, 2002; Gumperz, 1982; Goffman, 2002) e dos estudos identitários (Bucholtz & Hall, 2005; Goffman,1975, 1980; Gumperz & Cook-Gumperz, 1982; Hall, 2006). Através da aplicação de uma metodologia qualitativa de base etnográfica, analisamos o discurso do youtuber brasileiro com mais seguidores, Whindersson Nunes. Os dados para análise constituem-se de um conjunto de 6 vídeos produzidos em 2020. Fundamentando-se nesta base teórico-metodológica, observamos os traços discursivos com que o youtuber constrói as suas identidades e o seu posicionamento como influenciador. A presente pesquisa trará contribuições para discutir a interação virtual no mundo digital, um dos espaços de interação mais significativos nos tempos atuais.

Palavras-chave: Interação Virtual; Sociolinguística Interacional; Identidades; Youtube; Influenciadores.

Referências:

DADOS:

YouTube (2020a): “DINHEIRO TRAZ FELICIDADE?”

<https://www.youtube.com/watch?v=FUkogeSqEIc&list=PLMSeE_NnGt0z2z8GEBNGCNT35_9Ejl16R&index=8> (2021-03-02)

YouTube (2020b): “O DIA EM QUE FIACAMOS DE QUARENTENA.”

<https://www.youtube.com/watch?v=3wPiq6Ggpqs&list=PLMSeE_NnGt0z2z8GEBNGCNT35_9Ejl16R&index=8> (2021-03-02)

YouTube (2020c): “ARREPENDIMENTOS.”

<https://www.youtube.com/watch?v=nHlSkt_OdM8&list=PLMSeE_NnGt0z2z8GEBNGCNT35_9Ejl16R&index=9> (2021-03-02)

YouTube (2020d): “5 METAS PRA 2020.”

<https://www.youtube.com/watch?v=QJvN_WwfPxI&list=PLMSeE_NnGt0z2z8GEBNGCNT35_9Ejl16R&index=10> (2021-03-02)

YouTube (2020e): “COMO CANTAR EM INGLES RÁPIDO E FÁCIL.”

<https://www.youtube.com/watch?v=2mM3xjxzns4&list=PLMSeE_NnGt0z2z8GEBNGCNT35_9Ejl16R&index=12> (2021-03-02)

YouTube (2019): “CALOR DA DISGRAÇA.”

<https://www.youtube.com/watch?v=adDk3d8aUcw&list=PLMSeE_NnGt0z2z8GEBNGCNT35_9Ejl16R&index=11> (2021-03-02)

Bedijs, K. et al, (2014). Face work and Social Media. Berlin: Lit-Verl.

Bucholtz, M., & Hall, K. (2005). Identity and interaction: a sociocultural linguistic approach. Discourse Studies, 7(4–5), 585–614. https://doi.org/10.1177/1461445605054407

Goffman, E. (1975). A Representação do Eu na Vida Cotidiana. Petrópolis: Editora Vozes.

Goffman, E. (1980). A Elaboração da Face. uma análise dos elementos rituais na interação social. In Piscanálise e Ciências Sociais (pp. 76–114). Rio de Janeiro: Francisco Alves.

Gumperz, J. J. (1982). Introduction: Language and the Communication of Social Identity. In: Language and Social Identity (pp. 1–21). Cambridge: Cambridge University Press.

Gumperz, J. J. (2002). Convenções de Contextualização. In: Sociolinguística Interacional: Antropologia, Linguística e Sociologia em Análise do Discurso (pp. 149-182). Porto Alegre: AGE.

Hall, S. (2006). A Identidade Cultural na Pós-modernidade (11ª ed.). Rio de Janeiro: DP&A Editora.

Leffa, V. J. (2005, agosto). Interação virtual versus interação face a face: O jogo de presenças e ausências. Congresso Internacional de Linguagem e Interação, São Leopoldo.

Pereira, M. G. D. (2002). Introdução. In Interação e discurso: Estudos na perspectiva da sociolinguística interacional / áreas de interface (pp. 7–24). Rio de Janeiro: Departamento de Letras da PUC-Rio.

 

 Comunicação 04 

Traduzir Poesia de Vanguarda de Língua Portuguesa: (In)traduzibilidade e a sua Recepção na China

 Lang Sida – Vera

(Universidade de Macau)

Orientador: Professora Manuela Carvalho

Resumo:

No presente trabalho, estamos a estudar um tipo de poesia amplificada do Concretismo brasileiro da década de 1950 até aos dias de hoje, que se trata de fruto da história das vanguardas literárias. Devido à sua complexidade terminológica, inventámos um acrónimo PO.VA (Poesia de Vanguarda), que definimos como uma poesia de cunho experimental sobretudo na forma do conteúdo que veio a existir desde a segunda metade do Século XX, podendo incluir várias formas interligadas como poesia concreta, poesia visual, poesia digital, poesia sonora, poesia espacial, poesia performance, vídeopoesia, holopoesia, etc. Mesmo que a existência da PO.VA no mundo de língua portuguesa marque já quase 70 anos, ela mantém-se quase desconhecida na China. Portanto, focalizamos na lacuna do estudo da tradução da PO.VA, tendo como principal objectivo investigar a (in)traduzibilidade da PO.VA e a sua recepção na China. Seguindo o nosso objectivo, daremos respostas às perguntas tais como: Como se define esta forma poética intermediática? Porque ela é uma tradução ausente no contexto chinês? Qual é a relação entre PO.VA e (in)traduzibilidade? Até que ponto ela é traduzível, e como se faz a tradução? Metodologicamente, o presente trabalho inicia-se no estudo das referências bibliográficas e investigações existentes das áreas da Poesia Experimental e dos Estudos da Tradução. Em termos gerais, os estudos feitos sobre a PO.VA de língua portuguesa não são poucos, dos quais destacamos nomes como Irmãos Campos e Pignatari (1965/2006), Philadelpho Menezes (1994; 1998), Claus Clüver (1987; 2011), E. M. Melo e Castro (1993; 1996; 2006) e Rui Torres (2004; 2020). No entanto, PO.VA passa a ser um tema pouco estudado na área de Estudos de Tradução, sobretudo quanto à PO.VA de língua portuguesa no contexto chinês. Logo nos apercebemos que o nosso estudo terá que ser antropofágico para que seja possível, devido ao seu diálogo permanente com outros campos artísticos. Recorrendo à Linguística, Estética, Teoria da Literatura, Sociologia de Tradução e Estudos de Comunicação, chegamos a desenvolver a nossa análise em relação à introdução da PO.VA, à sua tradução ausente na China e à sua (in)traduzibilidade. Além disso, para tornar visível a relação dinâmica e dialética entre o traduzível e o intraduzível, fazemos uma definição de corpus apresentando vários exemplos vividos da PO.VA. Finalmente, colocamos a questão da (in)traduzibilidade no contexto de prática. Através da nossa “transcriação” (Haroldo de Campos, 1962/2011) de alguns poemas, observamos até que ponto se pode realizar a tradução da PO.VA. Como resumo e experiência, aproveitamos da nossa tentativa de tradução e apresentamos algumas estratégias e técnicas de tradução. Esperamos que este trabalho possa contribuir para a área de Estudos de Tradução e para o estudo da Poesia de Vanguarda nessas instâncias: por um lado, sendo um passo de análise teórica na (in)traduzibilidade da PO.VA e na sua recepção na China; por outro lado, sendo um passo de prática na tradução inédita da PO.VA do português para o chinês.

Palavras-chave: poesia experimental; vanguarda; (in)traduzibilidade; tradução poética português-chinês

Referências:

Campos, A., Pignatari, D. & Campos, H. (1965/2006). Teoria da Poesia Concreta: Textos Críticos e Manifestos. São Paulo: Ateliê Editorial.

Menezes, Philadelpho. (1994). Poetics and Visuality: A Trajectory of Contemporary Brazilian Poetry. San Diego: San Diego State University Press.

Menezes, Philadelpho. (1998). Roteiro de Leitura: Poesia Concreta e Visual. São Paulo: Ática.

Clüver, Claus. (1987). From Imagism to Concrete Poetry: Breakthrough or Blind Alley? In Haas, Rudolf. (ed). Amerikanische Lyrik: Perspektiven und Interpretationen. Berlin: Erich Schmidt, p.113-130.

Clüver, Claus. (2011). Intermidialidade. Pós: Belo Horizonte, v.1, n.2, nov, p.8-23.

Melo e Castro, E. M. de. (1993). O Fim Visual do Século XX. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.

Melo e Castro, E. M. de. (1996). Videopoetry. In Visible Language. New Media Poetry: Poetic Innovation and New Technologies. Providence, Rhode Island, EUA, Rhode Island School of Design, v.30, n.2, p.138-149.

Melo e Castro, E. M. de. (2006). Da Poesia Concreta à Poesia Visual. O Eixo e a Roda, v.13, jul./dez, p.155-158.

Torres, Rui. (2004). Poesia Experimental e Ciberliteratura: por uma Literatura marginalizada. In Poesia Experimental Portuguesa Cadernos e Catálogos: Enquadramento Teórico e Contexto Crítico da PO.EX, v.1, p.116-127.

Torres, Rui. (2020). Diálogo entre Ernesto de Sousa e a Poesia Experimental Portuguesa. Revista do CESP, v. 40, no. 63, p. 107-126.

 

Comunicação 05 

Recepção de José Saramago na China

Li Xueqing – Sandra

(Universidade de Macau)

Orientador: Professora Dora Gago

Resumo:

O presente estudo concentra-se na recepção de José Saramago na China. A escolha deste tema surgiu principalmente de uma curiosidade em saber como seria o “sabor” das obras de José Saramago para chineses, leitores geográfica e culturalmente longe de Portugal, a respeito das criações saramaguianas. O principal suporte teórico adoptado neste trabalho é a teoria da estética da recepção e do efeito, especialmente as propostas teóricas levantadas por Hans Robert Jauss e Wolfgang Iser, os dois mais importantes nomes da Escola de Constança, que valoriza o leitor, o coloca como princípio para os estudos literários e posiciona o enfoque de pesquisa na actividade de interpretação por parte do leitor. Em termos de métodos de pesquisa, este trabalho usará uma combinação de revisão bibliográfica, questionários, entrevistas e estudo qualitativo para a recolha de dados e a análise dos mesmos, a fim de estudar a recepção de Saramago na China de forma mais abrangente possível. Com base nos materiais actualmente disponíveis, verifica-se que, desde a publicação da sua primeira obra traduzida em chinês, José Saramago tem sempre conquistado o olhar de leitores chineses. O facto de ele ganhar o Prémio Nobel constituiu um factor poderoso para a sua recepção tanto pela crítica profissional chinesa quanto pela amadora, isto é, os leitores. Por enquanto, os estudos acerca da sua obra são principalmente analíticos e introdutórios, especialmente os primeiros artigos publicados, que desempenham uma missão de apresentar este escritor português aos horizontes do mundo literário chinês. De modo geral, a tendência da recepção de José Saramago na crítica literária chinesa está a diminuir. Os talentos chineses de língua portuguesa não estão a demonstrar um interesse elevado por este autor. Os estudos estão concentrados em torno das obras Memorial do convento e Ensaio sobre a cegueira, não se encontrando ainda intensas reflexões sobre as traduções mais recentes. Com a publicação de cada vez mais obras traduzidas de Saramago, prevê-se que exista, em tempo futuro, um vasto espaço para o desenvolvimento no campo do estudo de José Saramago na China.

Palavras-chave: José Saramago, recepção, crítica literária chinesa, literatura portuguesa

Referências:

Brizotto, B., & Zinani, C. J. (2014). A recepção crítica de José Saramago no Brasil. Desassossego(15), 103-112.

Caravela, C. d. (2010). Tradução francesa da obra romanesca de José Saramago. O caso dos romances Ensaio sobre a Cegueira (1995), Todos os Nomes (1997) e A Caverna (2000). Tese de doutoramento em Estudos de Tradução, Universidade de Évora.

Fan, W. X. (范维信), & Wei, L. (蔚玲) (1996). 葡萄牙文学在中国 [A literatura portuguesa na China]. Em 中国首届葡萄牙文学研讨会论文集 [Atas do primeiro simpósio da China sobre a literatura portuguesa] (pp. 16-22). Shanghai: Editora de Tradução de Shanghai.

Feng, Q. C. (冯倾城) (2008). 试论若泽·萨拉马戈作品在华语圈内的传播与影响——兼谈从身份认同角度研究萨拉马戈的意义与方法 [A difusão e a influência das obras de José Saramago no círculo chinês: sobre a importância e a abordagem do estudo de Saramago na perspetiva da identidade]. 澳门新视角 [Novas perspetivas de Macau](2), 32-40.

Gadamer, H.-G. (1999). Verdade e método. (F. P. Meurer, Trad.) Petrópolis: Vozes.

Heidegger, M. (2014). Ser e tempo. (F. Castilho, Trad.) São Paulo: Unicamp; Petrópolis: Vozes.

Holub, R. C. (1984). Reception theory: a critical introduction. London and New York: Methuen.

Iser, W. (1972). The reading process: a phenomenological approach. New Literary History, 3(2), 279-299.

Jauss, H. R. (1994). A história da literatura como provocação à teoria literária. (S. Tellaroli, Trad.) São Paulo: Ática.

 

Coordenação Geral

Roberval Teixeira e Silva (Universidade de Macau)

Comissão Organizadora

Roberval Teixeira e Silva (Universidade de Macau)

Ge Sining – Lídia (Universidade de Macau)

Chen Songping – Vicente (Universidade de Macau)

Lang Sida – Vera (Universidade de Macau)

Sun Huizhi – Rita (Universidade de Macau)

Secretariado (Universidade de Macau)

Nuno Antunes

Dianne Wu